Notícia

ICNF investiga morte de animais em incêndio de Castro Marim

18.08.2021

14 animais morreram na sequência do incêndio que deflagrou esta segunda-feira no concelho de Castro Marim. O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) já abriu um inquérito. O PAN diz que os animais se encontravam num "abrigo ilegal, no local de Santa Rita (concelho de Vila Real de Santo António), já sinalizado” e vai avançar com uma queixa-crime junto do Ministério Público. A autarquia nega e fala num abrigo que pertencia a um privado, que não fez qualquer pedido de ajuda para a retirada dos animais.
 
O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (INCF) abriu um inquérito à morte de 14 animais num canil ilegal em Vila Real de Santo António, devido ao incêndio que começou na madrugada de segunda-feira em Castro Marim.
 
“Foi aberto um inquérito administrativo pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas" para "analisar e apurar as circunstâncias que, do ponto de vista administrativo, permitiram o funcionamento do referido abrigo", explica o Ministério do Ambiente em comunicado.
 
A autarquia de Vila Real de Santo António diz que "desconhecia a existência" deste abrigo. Luís Romão, presidente da Câmara Municipal, citado pela agência Lusa, garantiu que o abrigo, situado na localidade de Santa Rita, acolhia animais sem o conhecimento do município. Ainda de acordo com o autarca, pertencia a um privado, que não fez qualquer pedido de ajuda para a retirada dos animais do local, onde acabaram por morrer no fogo. “Nem o serviço municipal de Proteção Civil sabia da sua existência”, afirmou Luís Romão.
 
O presidente da Câmara lamentou que, depois de a autarquia ter conduzido "com sucesso" a retirada de cerca de 300 animais do canil e gatil municipal como precaução, devido à aproximação do fogo, transportando-os com o apoio de voluntários para instalações em Tavira e Loulé, tenha tido esta "surpresa" da morte de mais de uma dezena de animais. “Da mesma forma que retirámos do canil e gatil municipal, podíamos ter feito o mesmo para esses, mas desconhecíamos”, afirmou.
 
Estas declarações surgem depois de o partido PAN ter denunciado a morte de "pelo menos 14 animais" no concelho de Vila Real de Santo António. Os animais encontravam-se "num abrigo ilegal, no local de Santa Rita (concelho de Vila Real de Santo António), já sinalizado, desconhecendo-se para já as razões pelas quais não foram resgatados com vida", referiu o PAN em comunicado.
 
Numa nota citada por diversos órgãos de comunicação social, a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, "em contacto com as estruturas locais do partido no Algarve", explica que "está já a diligenciar no sentido de apresentar uma queixa-crime junto do Ministério Público e de questionar os ministérios da Administração Interna e do Ambiente e Ação Climática" para que "venham cabalmente esclarecer as circunstâncias que levaram a este desfecho".
 
“De acordo com a informação feita chegar ao partido, a existência deste espaço, a funcionar em condições ilegais, ao que tudo indica, já havia sido denunciada, sendo, por isso do conhecimento das autoridades competentes”, refere.

Inês Sousa Real salientou uma “enorme consternação” perante “mais um episódio com um desfecho trágico”, pouco mais de um ano volvido desde a morte de cerca de 80 animais num incêndio em Santo Tirso.

O incêndio deflagrou na madrugada de segunda-feira na freguesia de Odeleite, no concelho de Castro Marim. Estendeu-se para os municípios vizinhos de Vila Real de Santo António e de Tavira. Foi dominado às 16:00 de terça-feira.