Notícia

Os gatos preferem obter as refeições sem esforço

30.09.2021

A maioria dos gatos, em contexto doméstico, prefere receber refeições sem se esforçar para as obter, indica um estudo recente da Escola de Medicina Veterinária da Universidade da Califórnia - Davis.
 
De acordo com a investigação, os gatos preferem comer de uma bandeja facilmente disponível em vez de resolver um simples puzzle para conseguir acesso à alimentação. Este comportamento é contrário ao de grande parte das espécies animais, que prefere trabalhar para obter comida.
 
“Existem diversas pesquisas que mostram que a maioria das espécies, incluindo aves, roedores, lobos, primatas – até girafas – prefere trabalhar para obter alimento”, refere, em comunicado, citado pela Veterinária Atual, Mikel Delgado, especialista em comportamento felino e autor principal do estudo. “O que é surpreendente é que, de todas estas espécies, os gatos parecem ser os únicos que não mostram uma forte tendência para contrafreeloading (o conceito que descreve a disposição de um animal em esforçar-se para obter o seu próprio alimento)”, adianta.
 
A investigação envolveu 17 gatos. Todos tiveram acesso a duas formas de se alimentarem: um puzzle alimentar e uma bandeja de comida. O puzzle usado permitia que os gatos vissem facilmente as refeições, necessitando, no entanto, de alguma manipulação para as alcançar.

“Não dizemos que os gatos nunca usaram o puzzle alimentar, mas sim que comeram mais comida da bandeja”, ao mesmo tempo que “fizeram mais primeiras escolhas para se aproximarem e comerem da bandeja em vez do puzzle”, explica o investigador. O estudo concluiu ainda que, mesmo os gatos mais ativos, escolheram a comida livremente disponível.
 
Para Mikel Delgado, apesar de não preferirem os puzzles, isto não significa que os gatos não gostem deles. Uma investigação anterior do mesmo autor mostrou que os puzzles podem ser importantes para o desenvolvimento dos felinos.
 
A razão por detrás deste comportamento não foi clarificada pelo estudo. Mikel Delgado sugere, por exemplo, que os puzzles utilizados na investigação possam não ter estimulado o comportamento natural de caça dos gatos, que geralmente envolve emboscar as suas presas.
 
Leia o estudo completo: https://link.springer.com/article/10.1007/s10071-021-01530-3