Notícia

Ter um animal de companhia tem custos

02.03.2021

Na Animalife acreditamos que a falta de capacidade económica não deverá nunca ser motivo para o abandono. O nosso Programa de Apoio a Famílias foi aliás criado com esse propósito – impedir que alguém, porque de repente ficou numa situação financeira mais fragilizada, se veja obrigado a entregar o seu animal de companhia.
Já completamente diferente é o caso de pessoas que não tendo recursos suficientes à partida para garantir o bem-estar de um animal avançam, ainda assim, com adoções irrefletidas.
É importante perceber que acolher um animal tem custos. E que nem para todos eles existem apoios.

 
Diariamente recebemos pedidos de ajuda por parte de pessoas que já desempregadas e sem outro tipo de rendimentos não resistiram a trazer para casa um cão ou um gato a que acharam graça. Geralmente precisam de vacinar, identificar eletronicamente ou esterilizar o animal e não têm capacidade financeira para o fazer. Na Animalife, defendemos a adoção responsável, pelo que nestes casos raramente garantimos apoio.

E não somos os únicos. Por todo o país, muitas Câmaras Municipais recusam assegurar a gratuitidade de procedimentos veterinários, como a identificação eletrónica ou até mesmo a vacinação multivalente dos animais, por considerarem que conduz a um aumento do número de adoções irresponsáveis. O raciocínio é simples, defendem. Ter um animal tem custos associados e quem não possa à partida garantir o pagamento de uma identificação eletrónica ou a vacinação regular do animal, não deve sequer pensar em ter um.

Acolher um animal de companhia passa por uma decisão consciente e pensada, que deve ter em conta fatores como a esperança média de vida e até mesmo a possibilidade do aparecimento de doenças não previstas, que podem implicar despesas de tratamento elevadas a juntar à profilaxia regular.

Eis alguns custos associados a ter um cão ou um gato:

  • Microchip – A identificação eletrónica de cães e gatos é obrigatória. O preço a pagar depende da clínica veterinária escolhida, mas ronda, em média, os 13 euros.
  • Licença – É paga anualmente nas juntas de freguesia, aplica-se exclusivamente a cães e o valor cobrado varia, podendo chegar aos 15 euros.
  • Alimentação – Esta é uma despesa diária, cujo preço pode variar em função do tipo de ração escolhido. Para calcular os gastos com alimentação de qualquer cão, deve prever que um cão adulto come, em média, a quantidade de ração correspondente a cerca de 10% ou 15% do seu peso corporal. Já no caso dos gatos, que comem bastante menos, a despesa a considerar com esta rubrica não é tão significativa.
  • Desparasitação interna e externa – Os animais devem ser desparasitados ao longo de todo o ano. Manter os animais de companhia livres de parasitas é indispensável. Regra geral, a desparasitação externa deve ser feita mensalmente e a interna de três em três meses. Estes intervalos variam, no entanto, consoante o tipo de produto utilizado. Os preços são também bastante diversos. O ideal é pedir conselho ao médico-veterinário sobre o produto mais adequado a cada animal.
  • Idas ao veterinário – Os cães e gatos devem ser consultados por um médico-veterinário no mínimo uma vez por ano. É geralmente nesta altura que recebem os reforços das vacinas, outro custo (anual) a considerar.
  • Outras despesas – Produtos de higiene, areia no caso dos gatos, comedouros, coleiras, trelas, mantas são outras despesas, mais ou menos relevantes, a considerar para a manutenção do bem-estar de um animal de companhia.

Tudo somado, chegamos a um custo que nem todos estão em condições de assegurar.

Por isso, alertamos, qualquer adoção deve ser feita com a máxima responsabilidade, sob pena das despesas com o animal se virem a tornar um fardo demasiado pesado para suportar.