Notícia

Micael e a sua princesa

18.02.2021

Micael vive em situação de carência económica extrema, dependente em exclusivo do RSI (Rendimento Social de Inserção). Tem como grande companhia Daliana, uma cadela meiga e brincalhona, a quem gosta de chamar de “minha princesa”.
 
Atualmente a morar na margem Sul, veio do Norte para Lisboa, depois da fundição onde trabalhou durante oito anos ter ficado insolvente. Ainda conseguiu encontrar emprego na restauração, mas, assim que o restaurante teve de dispensar pessoas, por ter sido dos últimos a entrar foi dos primeiros a sair.
 
Desde então, procura ativamente trabalho. Só que a crise provocada pela pandemia de Covid-19 em nada tem ajudado.
 
Há um ano e meio, “apaixonou-se” – a expressão é do próprio – por Daliana, uma cadelinha com um mês, maltratada e a passar fome, para a qual tentou ajudar a encontrar família. Mas, assim que foi buscá-la, percebeu que não teria de ir mais longe; ficou com ela para si.
 
A Animalife entrou na vida de ambos por intermédio de um veterinário onde Micael levou Daliana, na sequência de queixas de alguns vizinhos junto da polícia. “Queria que estivesse tudo legalizado com ela, mas não tinha como o fazer sem ajuda”, recorda.
 
Depois de analisada a documentação, foram aceites e integraram o Programa de Apoio a Famílias (PAF), no âmbito do qual passaram a ser apoiados com alimentação animal e procedimentos médico-veterinários, como vacinação e desparasitação. Uma ajuda que, segundo Micael, “tem feito uma grande, mesmo grande, diferença” nas suas vidas.
 
Enquanto procura um novo local para trabalhar, Micael, que não conseguiu ficar indiferente ao esforço imposto nos últimos tempos a todos os profissionais de saúde, tem dedicado parte dos seus dias ajudar como voluntário num hospital. “Quis contribuir para a sociedade”, afirma.
 
O PAF foi criado em 2012 e tem por objetivo apoiar famílias em situação de carência económica comprovada, garantindo ajuda aos animais que têm a cargo, com alimentação e procedimentos médico-veterinários (vacinação, desparasitação, identificação eletrónica e esterilização).
 
Mas esta é uma resposta que não se esgota aqui. A forma como a Animalife trabalha a vertente animal-social, procurando ajudar não só os animais, mas também as famílias por eles responsáveis, contribuindo para a sua capacitação e apoiando no acesso aos recursos sociais existentes, torna a sua atuação pioneira em Portugal. 
 
Gostaríamos muito de poder levar o PAF ainda mais longe. Mas para isso precisamos do apoio de todos.
 
Pode ajudar-nos aqui.